Tuesday, October 9, 2018
O Abraço da Serpente na Tierra da Promisión
A Amazônia de Ciro Guerra (filme) diante da de Eustácio Rivera (poemário)
-
O investigador brasileiro, Adélcio de Sousa Cruz, em seu rico ensaio sobre O Falador,
de Mario vargas Lhosa, evidencia o, não de todo óbvio, caráter intransponível da Amazônia,
sobretudo à quem se propõem examiná-la de fora como eu.
Não conheço a Amazônia se não pelo olhar da Arte ou pelo ouvir das salas de aula.
Tal qual Sousa Cruz, em sua viagem por Lhosa, me deparo, agora
(em minha viagem por Rivera), diante de uma Amazônia não presente
no auspício de meus sentidos físicos ou de minha memória,
quer como nativo, quer turista, pois nunca pude, em corpo presente,
adentrar o deslumbrante território, enigmático e imponente,
e conhecê-lo além ficção ou relato.
Me encontro na condição do autor citado, diante de uma “Amazônia de palavras”,
concordando “analisar a pletora daquela semeadura de palavras”,
sendo elas tudo o que teria, à princípio, para fazê-lo.
Exceto que, sendo eu quem sou — um estudante de cinema antes de o ser de literatura —
não poderia deixar de observar esse lugar “de palavras” sem que também o fosse,
pelo menos para mim, um espaço de imagens, ainda que igualmente fictícias.
Eis a proposta de minha empreitada: aproximar a poética de Eustacio Rivera
em Tierra de Promisión — a nossa particular “Amazônia de palavras” —
com a poética de outro meio e linguagem, igualmente potente e representativo,
igualmente contribuinte para a confecção de um mosaico sensorial acerca
do espaço em que nunca estive.
Caso, portanto, Tierra de Promisión com a fascinante película de Ciro Guerra,
El Abrazo de la Serpiente, recentemente lançada ao mundo e que contém
em sua potência audiovisual precisamente o que ao livro de Rivera se estipula
por alma ou espirito: a sensorialidade imanente, necessariamente poética,
como proposta de ambientação de um espaço que vive à seu tempo e razão,
independentemente do que lhes impõem, de fora pra dentro, o progresso e os satélites.
Um espaço onde tudo importa.
A Amazônia de Ciro Guerra, conforme evidenciado pelo crítico (de cinema) Luiz Santiago,
é nos dada como uma jornada multidisciplinar, uma “viagem”, que se discorre,
ao mesmo tempo, “antropológica, etnográfica, sociológica, etnobotânica, histórica,
mística, geográfica”, e, eu acrescentaria em destaque adjetivo,
que é, essencialmente, poética.
Desde que estreou pelo mundo, O Abraço da Serpente, arrancou elogios por onde passou,
ganhou o maior prêmio na Quinzena dos Realizadores, em Cannes,
produzindo do público, segundo o jornal El País, 10 minutos de aplausos
ao fim de sua exibição primeira.
Realizado em preto & branco, com certa semelhança, mesmo que apenas afetiva,
entre o também badalado filme de Miguel Gomes, Tabu, lançado 3 anos antes,
sobre, dentre outras coisas, um explorador europeu no coração da África
e seu encontro, transcendental, com um crocodilo nativo
— ao som de um piano que muito lembra a Debussy;
um narrar com viés literário, poético, com direito a montagem surrealista,
em tom de sonho ou devaneio, no discorrer do encontro dos dois mundos.
Tal qual Tabu, O Abraço da Serpente nos arremessa, logo no início,
aos pés do impenetrável, nas garras de um caminho que se apresenta,
a si mesmo, como vilão ou problemática em relação aos interesses do herói.
Contudo, em detrimento da obra de M Gomes, penso que, em relação a Tabu,
é possível arrazoar que “qualquer que fosse sua intenção,
esses lampejos de mundos estranhos não tinham caráter documentário.
Eles eram ideológicos, em geral reforçando o sentimento de superioridade
do "civilizado" em relação ao “primitivo'”,
Tabu nos apresenta uma África exótica, mesmo que, não por maldade,
o fizesse em função de seu teor lúdico, implícito.
O Abraço da Serpente, em contraponto, emancipa-se de tais riscos (interpretativos)
já nas instâncias de produção, haja visto que, diferentemente de Miguel Gomes,
um europeu abordando a África, Ciro Guerra é morador nativo da região que emoldura,
não tendo que lidar, à princípio, com o cruzar de um oceano e o alinhar de sua razão
com a do outro.
Ciro, à seu favor, tem apenas 31 anos.
É jovem e pertencente de uma geração que experimentou a globalização,
em sua forma tecnológica plena, à partir de uma América Latina
menos encerrada em si mesma, mais atirada a lógica mundo,
no zeitgeist de uma revolução tecnico-científica que, por um motivo ou por outro, permitiu
(ou, mais provavelmente, sofreu) o desenvolvimento de fenômenos culturais
e teorias que lhe esfrangalham às mascaras,
acentuando a demanda por maior autonomia na representação das periferias,
ante o historicismo padrão e a economia de mercado,
como demanda maior de um posicionamento desde el sur.
Desse modo, não é que Tabu seja um filme imperialista, per se,
como afirma Hobsbawm acerca do papel das novelas de Joseph Conrad
(na citação que apresentamos acima), mas que,
em comparação com O Abraço da Serpente,
ele se apresenta profundamente insuficiente como representante
da imersão no território que pretende aludir.
O Filme de Ciro Guerra é um objeto artístico com nuanças locais mais acentuadas
do que as acentuadas por Miguel Gomes no seu,
principalmente porque se propôs fazer mais que uma obra cinematográfica
(não que houvesse algo ruim em propor ser apenas isso).
É, pois, fruto de uma compreensão pluralista das matrizes do saber que
compõem o espaço que aborda e de uma profunda reverência pela terra em questão
e seus intricados processos.
Tabu, à seu canto, é um filme sobre algo, O Abraço da Serpente é, além disto,
um filme para algo, um filme para compreender, para imergir, para sentir,
para introduzir o espaço: um filme para a própria terra,
como homenagem ou tributo.
Perceba a intrínseca relação entre os campos da literatura, da etnografia e da história
com o produto cinematográfico final, ao pensarmos sua estruturação,
desenvolvimento e alusões. Pois já se estrutura nas costas de outras obras,
não tanto para adaptá-las à linguagem tela, como fazia Hitchcock, por exemplo,
mas para, à partir destas, edificar um castelo correlato
que desse conta de um período crucial na história Amazônica,
à partir do olhar de dois forasteiros ilustres: Koch-Grunberg,
“etnologista e explorador alemão cujas principais obras serviram
como base documental única sobre os nativos dos rios Xingu, Japurá, Negro e Orinoco”,
e Richard Evans Schultes, “considerado o pai da etnobotânica moderna”.
No filme, o último tenta percorrer os caminhos do primeiro
na busca por uma planta com propriedades de cura, ao passo que o primeiro,
em montagem paralela, tem o mesmíssimo objetivo,
no quando anterior ao do outro, desvelando em conjunto com o último
no tempo de exposição da película.
Desse modo, nas palavras de Luis Santiago, o filme trata do
“cumprimento de uma épica missão para encontrar-se a si mesmo
e então ver tudo recomeçar sob uma outra égide, um novo olhar, um novo significado”,
eis o abraço da serpente.
Para Santiago, em suma, o filme é “uma junção de sentidos que
se completa com o significado aplicado pelo diretor à mistura de culturas
e ao avanço de interesses econômicos do início do século XX,
com destaque para os seringueiros e todo o estrago que o Ciclo da Borracha fez à região”.
Para mim, entretanto, a obra de Ciro Guerra,
precisa ser entendida além de seu contexto histórico e etnográfico meramente,
para que possamos percebê-la em virtude do que nos oferece
Eustasio Rivera, acerca da bela Amazônia, em seu Tierra de Promissión,
obra escrita quase cem anos antes.
Seus créditos iniciais, nos primórdios do filme, vemos uma cobra iluminada como um item de estúdio,
à serpentear ao lado de outras menores — dando a entender devorá-las. Penso que uma serpente que persegue a própria cauda seria a melhor metáfora para o infinito que a selva, vasta, poderia ofertar.
O signo da serpente é também o do diabo na cosmovisão exitosa, a cristã;
mas, paradoxalmente, lembremos que, por uma única vez,
também fora associada ao cordeiro de Deus, durante o exodo hebreu,
sendo, desse modo, na bíblia também, preto e branco, luz e sombra:
eterno retorno.
É a serpente, novamente, ao introduzir o personagem “Schultes”,
o signo fílmico que o prenuncia, nadando em direção ao personagem nativo,
do modo como o faria o forasteiro no barco, instantes depois da passagem desta.
De sorte que não apenas a serpente mas todos os animais expostos em tela
recebiam, do filme, qualidades etéreas, quase impressionistas,
no realismo com que são enquadrados.
É nesse modo que a obra de Caio Guerra e Miguel Gomes
se alinham como correlatas à obra de Rivera, pois que,
ainda que em Gomes, se faça de um lugar um pano de fundo potente para uma história,
e em Guerra, se faça uma história de um lugar potente,
em Rivera, o lugar, por si só, se faz bastar, mesmo que,
somente, enquanto coisa que existe.
É como se o autor (Rivera) compusesse, em linguagem poética, um documentário
— desses de TV à cabo — sobre a botânica, a fauna, e a vida animal (nativa) amazônica.
Mas, ainda mais surpreendente que isto, é ter a vívida impressão de que Rivera
escrevera seus sonetos — a quase 100 anos atrás —, com a ajuda de nossos contemporâneos David Gallego
e/ou Rui Poças, os fotógrafos de O Abraço da Serpente e de Tabu, respectivamente,
tamanha a semelhança, à titulo de descrição imagética e potência poética,
entre as sensorialidades cabidas às diferentes linguagens.
Destaco, à título de exemplo, uma coincidência importante entre as narrativas distintivas,
pois que no filme de Guerra, em um dado momento, vemos uma onça rondar na noite,
iluminada o suficiente para saltar-nos aos olhos,
em alusão direta à trechos de Rivera,
especialmente por esta não contribuir à sessão de acontecimentos do filme
(ou pelo menos não aos moldes da montagem tradicional),
acentuando a atmosfera de ambos os trabalhos,
levando-nos a pensar-los surpreendentemente análogos.
Sabedores da valor do que retratam e da importância de fazê-lo bem
“En la tórrida, sanguinario y astuto,
mueve un tigre el espanto de sus garras de acero;
ya venció a la jauría pertinaz,
y al arqueroreta con un gruñido enigmático y bruto
Manchas de oro, vivaces entre manchas de luto,
en su felpa ondulante dan brillo ligero;
magnetiza las frondas con el ojo hechiero,
y su cola es más ágil y su ijar más enjuto (...)”
Eustácio Rivera, VIII, página 21, Tierra de Promissión
Rivera é melhor conhecido por seu absoluto sucesso,
o românce La Voragine, obra fundamental do que se pode entender
por cânone Latino-Americano, publicado depois de seu, aqui tratado, poemário.
No livro, acompanhamos as sina de um casal que,
à principio, se vê unido por motivos conflitantes.
O Rapaz, Arturo, era um moço interessado nos prazeres da carne
enquanto a moça, sua parceira, Alicia, se comprazia na busca
e proveito do amor, trans-carnal, ou puro.
Interrompidos de prosseguir com seu plano secreto de se casar,
por interferência das figuras de autoridade (dos pais e da lei),
decidem — à partir do que diz Alicia — fugir ao centro de Bogotá,
e viverem em paz, em conjunto.
Perceba que aqui também, como em O Abraço da Serpente, de Ciro Guerra,
vemos um trajeto semelhante, experimentado por dois personagens distintos,
sob o mesmo território, de forma destoante e singular
à partir do olhar de cada um.
Alicia se vê desesperada ante o desconhecido,
o próprio espaço se apresenta a ela, ainda que em pensamento, de modo hostil.
Para Arturo ele é a continuação de seus desejos e um estender
de seus comportamentos, na busca por seus contatos.
Até que, com um incêndio, vemos as coisas sob uma ótica mais profunda,
através do que se têm como um “llamado a la selva”,
onde a mesma — a selva como entidade superior —,
recebe, dos próprios personagens e narrador, ares (ou aura) de divindade.
Marcada por desaparecimentos e buscas, a de Rivera trama se encerra
com a sentida ausência da personagem Alicia, que havia
(como enfatiza Griselda) tomado outro caminho
— relegando Arturo a uma busca nunca finda por sua amada —
e, com a fatídica descrição da morte de Luciano na sentença de que
a, própria, selva o havia devorado.
Lembro-me de sentir-me deveras diminuído ao concluir a leitura do livro,
especialmente porque, por coincidência do destino, havia, semanas antes,
escapado uma morte certeira, ao me ver preso em corrente marítima,
na orla do mar Iracema (em Fortaleza),
tendo a certeza fugaz de que morreria afogado
— não fosse a intervenção de um surfista.
Aprendi ali, e reli em La Voragine, que a natureza é geniosa e não deve,
por ímpeto algum, ser subestimada.
É sobre este constante estado de “awe”
— termo em inglês que designa o instânte em que um sujeito
se define maravilhado e temeroso ao mesmo tempo —,
que penso ser Tierra da Promissión, O Abraço da Serpente
— Tabu, à seu modo e local — e La Voragine.
Rivera em seus sonetos — que, cabe dizer, são métricos,
rígidos, sistemáticos, ritualisticamente cadenciados —
nos leva aos pormenores da selva Amazônica. Um selva
que não se faz ali, de modo algum, Colombiana, per se,
nem brasileira, nem venezuelana, ...,
Coaduno com as palavras de Adécio de Souza Cruz, em seu artigo, aqui, citado,
quando, de Vargas Llosa — em O Falador —, não podia restringir sua geografia
a uma limitação geo-política, afirmando, não defender,
uma “idéia de internacionalização da região e sim da possibilidade de internalização”,
concluíndo que “o ponto de partida para se pensar/narrar a Amazônia
seria seu próprio território, pensar/narrar a partir da floresta e não de fora dela”.
Eis a chave, penso eu, para se imergir no espaço
— literário e cinematográfico — de Tierra da Promissión / O Abraço da Serpente,
e de compreendê-lo tal qual é:
um zoom in, teleporte, trazendo o leitor a pensar
“a partir da floresta e não de fora dela”.
Publicado em 1921, o poemário de Rivera se estrutura à partir de um prólogo e 3 partes
(ou capítulos), 55 sonetos no total.
De seu todo, nos cabe dizer, à luz das aproximações aqui propostas,
que seu título não passa batido. Julio Paredes Castro, ao introduzir Rivera,
nos revela que a relação entre este e o território que poetizava
era uma relação primariamente “nostálgica”,
pois tratava de “territorios afectivos de la infância y primera juventud
del poeta en el recién fundado departamento del Huila”,
“dictados por el ensueño de un protagonista anónimo”
que quando se apresenta o faz declarando ser não um homem ou animal,
temporários habitantes do espaço mas um fluxo, eterno, geográfico,
entravado ao espaço de modo intrínseco:
eis aí o “grávido rio”.
Paredes Castro, em sua crítica, conclui que o tal rio grávido
seria uma analogia ao rio existente, o Magdalena,
fluente no local de inspiração ao universo de Tierra de Promissión,
e que, de modo efetivo, o coletivo dos sonetos de Rivera
“responden a las tensiones y los ritmos internos
de la voz de un hombre que se busca a sí mismo entre las luces,
los silencios y las resonancias de una flora y una fauna a las que,
a su vez, busca para darles un nombre novo”.
Penso que, ao lembramos de O Abraço da Serpente, de Ciro Guerra,
podemos pensar que este homem (analisado por Paredes Castro)
não se difere muito de certas perspectivas anônimas adotadas pela direção do filme,
especialmente ao caminharmos pelas selvas,
seguindo seus personagens, através de uma perspectiva antropomorfizada
que, no espaço diegético, não correspondia a visão de nenhum outro personagem presente,
nos levando a crer ser a câmera, também, um personagem ativo no todo a projeção.
Um fluxo, tal qual o literário de Rivera, nos campos da exposição visual da obra de Guerra.
Perceba que, como cartão postal, logo à primeira vista, somos expostos,
em O Abraço da Serpente, às palavras extenues de Theodor von Martius,
extraída de um de seus diários, datado de 1909
— muito provavelmente na mesma época em que
o pequeno Rivera se divertia às margens do Magdalena,
em algum outro espaço da mesmíssima Comarca —,
palavras de medo e maravilhar
— palavras de “awe” ante o estar do lugar — reproduzidas à baixo:
“No me es posible saber si ya la infinita selva ha iniciado
en mí el proceso que ha llevado a tantos otros a la locura total e irremediable.
Si es el caso, sólo me queda disculparme y pedir tu
comprensíon, ya que el despliegue que presencié duran'esas encantadas horas
fue tal que me parece imposible describirlo en un lenguaje
que haga entender a otros su belleza y esplendor;
sólo sé que cuando regresé, ya me había convertido en otro hombre.”
Von Martius, em sua escrita, nos adverte ao que Guerra e Rivera,
em suas (respectivas) buscas, propõem como eixo de suas transcrições,
essa mais que material totalidade, que é física e metafísica,
espiritual e corpórea, ante a potência de um organismo que respira e abriga:
a Amazônia.
De modo análogo, Guerra e Rivera, em suas propostas transcendências,
novamente se aproximam, irmãos, ao coroar o etéreo,
o mais que animal, deste homem e neste lugar,
na epopéia de sua relação intrínseca
da vida que se desenvolve com ou sem o tabernáculo de barro.
Daí o desfecho, a la 2001: Uma Odisséia no Espaço — de Stanley Kubrick —,
em O Abraço da Serpente, na imagética descrição do trajeto
mais que humano percorrido pelo nativo que se funde ao infinito.
Cabe, também, lembrar que, em 2006, um outro grande cineasta norte-americano,
Daren Aronofsky, se ocupou, à seu modo, à retratar a busca
— também, por uma cura, metaforicamente
situada no coração da selva ameríndia — culminando também na
transcendência do protagonista ao infinito universo.
Assim também é com O Abraço da Serpente,
obra fundamental de nosso recente cinema, latino-americano por excelência,
e assim também o é com Tierra da Promissión, e seu respectivo
“awe” ante a selva que retrata, e sua, literária, transcendência.
Em von Martius: a loucura ante o deslumbre.
Em Ciro Guerra: o eterno retorno no retorno eterno.
Em Rivera: o desvanecimento que, longe de ser perda, é, do contrário, infinito agregar.
Casemos, assim, como fizemos com a onça,
o desfecho, em seqüência, da obra de Guerra à potência poética de Rivera,
com o fito de, novamente, maximizar-mos a ambas,
nas propriedades gêmeas que, maravilhosamente, sustentam
no escopo do infinito de um universo
onde, de cima,
os próprios rios parecem serpentes
“Rendido ante el dolor de la penumbra,
mi ser, que es una luz, se apesadumbra;
después, con los murientes horizontes
Me voy desvaneciendo, me evaporo...
y mi espíritu vaga por los montes como una gran luciérnaga de oro"
Eustácio Rivera, XVIII, página 31, Tierra de Promissión
_______________
T Augusto Pereira
(Ensaio crítico realizado para a disciplina Literatura da Comarca Amazônica - UNILA)
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